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Por que teimas vir a mim amor tolo e doentio?
A blasfêmia e a ignorância já não te escureceram a face?
Os anjos calam-se defronte ao destino que se segue,
A incerteza te inunda os pensamentos e quebra a barreira de seus frágeis olhos.
Seu rosto já se encontra molhado e seu coração grita pelo sangue de outrora.
Dar-te-ei um lenço -como se suprisse – entretanto, sua dor e vida serão arrastadas pelos blocos úmidos daquela rua conhecida.
Que comparação sublime!
Sua esperança é como o ar, infantilidade.
Por que não te deixas cair de uma vez nesse desespero malgrado?
A perdição talvez seja o melhor caminho.
Doce ou amargo, coração?
Priscila Rodrigues de Oliveira, 4 de junho de 2009

Aniversário..um dia comum

17 anos...
O estranho é que não parece, me sinto como uma criança que espera ansiosa e nem um pouco hesitante pelo primeiro presente embrulhado em um fitilho retorcido vermelho.
O dia começou como todos os outros, com bastante neblina por sinal, mas era de se esperar já que eram cinco e meia da manhã. Levantei-me preguiçosamente me empurrando da cama quente, enfiei a mão por trás da porta para buscar algo semelhante a minha toalha.
Todos ainda dormiam, levei um dia para chegar ao banheiro- tudo bem não foi um dia, foram alguns segundos, mas eu estava com tanta preguiça que pra mim foi mais de anos- tomei meu banho e me arrumei, mamãe veio pelas sombras do nosso apartamento e me deu um susto que quase me mata no dia em que nasci; Ela me abraçou e me disse “Tenha juízo garota, já não es mais uma criança”. É já não sou mais, mãe...
O dia se seguiu, na escola foi a mesma coisa, “parabéns, seja feliz, tenha muitos anos de vida” a mesma fala batida que sempre escutamos nesse dia.
Não é que eu não estivesse animada; tudo bem... Eu realmente não estava, mas estava feliz. Com um pouco de medo também, eu já não era mais uma criança.
Quando cheguei em casa liguei meu computador e fiquei escutando musica enquanto arrumava meu ursinho branco que ganhara da minha melhor amiga; Vovó ligou logo após o almoço, como em todos os meus aniversários, sussurrou baixinho parabéns pra você, e enquanto ela cantava eu pensei que queria escutar essa voz e essa musica em todos os meus próximos aniversários, isso sempre me fazia sorrir mesmo que eu não fosse a animação em pessoa; depois daquele sussurro eu me sentia a menina mais feliz do mundo.Quando desliguei o telefone senti escorrer as lagrimas que eu poupava o dia inteiro.
Corri para o meu quarto e me deitei com a cabeça pra baixo na cama, fiquei encarando a janela vendo as folhas das palmeiras defronte de casa sacudirem-se com o vento que também batia em meu rosto, vi uma borboleta perambulando para lá e para cá fazendo sabe deus o que.
Eu sorri.
O Nick veio batendo suas patinhas no assoalho e empurrou minha cabeça para que eu lhe desse um pouco de atenção, nunca vi um cachorro tão ciumento.
Acordei daquele transe com mamãe me chamando, acabo de ganhar rosas, nossa não escondo, aquilo me deixou estática, meu amigo é com certeza louco.
Agora vou esperar ate a noite, onde meus parentes vão cantar mais parabéns para mim, essa parte será, confesso que bem estressante. Não simpatizo muito com parabéns para você dirigido a mim que não seja com a voz da minha avó.